quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A nova cara da direita

Desde o fim da ditadura, a direita, envergonhada, vinha se escondendo em guetos de onde disparava seus ataques sem, no entanto, nenhuma exposição que pudesse identificá-los como militantes conservadores. Poucos animavam se assumir como direita.

No entanto, a explosão das redes sociais, com a possibilidade de exercitar sua militância no conforto da poltrona da sua sala, animaram os reacionários, que espalham suas ideias pela rede com rapidez e eficiência.

Alguns ícones do reacionarismo midiático como Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, William Waak, Míriam Leitão, Arnaldo Jabor, Eliane Cantanhede, um tal Luiz Carlos Prates e até a insossa Rachel Sheherazade, se transformaram em verdadeiros ídolos dos neo reacionários. Servem de inspiração e fonte para os ataques a qualquer iniciativa que possa significar algum avanço social, cultural e humano.

Recentemente, a “jovem” apresentadora do SBT, Raquel Sheherazade, chegou a conceder uma entrevista com elogios às propostas de Marcos Feliciano e as posições de Reinaldo Azevedo (a quem chamou de fofo) além de se assumir como de direita. Seus comentários, pobres de conteúdo, ricos de preconceito e visceralmente reacionários servem de combustível para alguns fundamentalistas religiosos, recalcados políticos e hipócritas travestidos de revoltados, que exibem uma indignação seletiva e visivelmente parcial.

No manual dessa gente estão algumas agressões às conquistas sociais dos últimos anos, o racismo, a homofobia e o ódio, ingredientes que vão engrossando o caldo de uma onda fascista nas redes sociais.

Como todo discípulo de Goebbels, a âncora do SBT, seus colegas de imprensa e seguidores usam a mentira como principal arma no jogo político.

Com a proximidade da Copa do Mundo, estes arautos do falso moralismo se mobilizarão ainda mais, na perspectiva que um fracasso retumbante do evento possa significar o fim do ciclo de avanços sociais.

Não terão o menor pudor em marcar gols contra, mesmo que isso possa representar um significativo prejuízo para a imagem do país. Ignoram o evidente saldo positivo que a Copa está trazendo e trará ao Brasil, com a geração de empregos, as obras de mobilidade urbana, a atração de turistas estrangeiros e o consequente aumento na arrecadação de impostos, que poderão ser reinvestidos nas principais demandas populares.

Formando um contraponto a esse movimento conservador, alguns blogueiros progressistas transformaram a defesa dos avanços alcançados nos últimos anos em uma bandeira de luta. Liderados por jornalistas como Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha, Eduardo Guimarães, Nogueira Jr. Paulo Moreira Leite, Mino Carta, Altamiro Borges e intelectuais como Emir Sader e Leonardo Boff, construíram uma verdadeira trincheira no combate a enorme onda conservadora que se formou nas redes sociais.

Mas a esquerda militante das ruas ainda não descobriu a importância de ocupar as redes sociais e não se manifestam com a mesma intensidade dos reacionários.


O risco é que a onda provocada pelo extremismo de direita continue se propagando, vire um tsunami e comprometa as duras conquistas dos últimos anos.

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